
terça-feira, 31 de agosto de 2010
"Esta cidade interessa-me"

segunda-feira, 30 de agosto de 2010
À grande e à francesa... até no cheiro!

Curiosamente, a particularidade que faz desta terra o berço do Roquefort é ter um subsolo tipo queijo suíço: falhas naturais na rocha permitem a circulação do ar, mantendo a temperatura entre os 6º C e os 12º C e a humidade entre 90% e 95%. Os queijos são envolvidos em folhas de alumínio, entre 5 e 11 meses, para estabilizar a proliferação de penicilium roqueforti. Cheiram mal mas são deliciosos.
Por hoje, a descida para sul vai terminar em Narbonne, uma cidade com muito para revelar, apesar de chegarmos com um dia de atraso ao Festival Charles Trenet (que aqui nasceu em 1913), autor de Douce France que se tornou um hino da resistência aos nazis.
domingo, 29 de agosto de 2010
Aixo que gosto desta xidade

O pai deles todos

Pão pão, queijo queijo


Em França, os mercados ao ar livre são uma vertigem para os sentidos. Em Aix-en-Provence, na Place Richelme, perto da câmara municipal, tem lugar, de manhã, um autêntico festim de odores, cores e sabores: fruta, vegetais, queijos (muitos), enchidos e carnes frias (também muitos), pão, ovos de codorniz, peixes e mariscos e outras tentadoras e inventivas formas de degustação.
sábado, 28 de agosto de 2010
A inevitável reincidência no pecado da gula

28 de Agosto de 2010
De regresso a casa, havia que fechar o círculo num local que permitisse uma comemoração gastronómica à altura: Aix-en-Provence, naturalmente! Claro que poderíamos ter disfarçado esta nova queda em tentação gourmande de passeio cultural ao atelier de Cézanne, que ainda não visitámos mas que contamos fazê-lo amanhã.
Antes de chegar a Aix, vale a pena parar em duas localidades provençais: Sisteron, pelo seu ar de "vila florida e encantadora" e Manosque, cujo centro histórico se assemelha a uma Aix-en-Provence em miniatura e onde se podem comer umas autênticas e saborosas especialidades libanesas numa pequena praça junto à igreja de Saint Saveur.
Aix-en-Provence vai ser local de descanso e de novas descobertas durante dois dias (e de passeios culturais, pois!). Quando sairmos, temos de ter cuidado para não recomeçar o périplo de novo, já que são muitas as saudades dos preços sérvios, búlgaros e romenos...
Na rota de Napoleão

27 de Agosto de 2010
Há diversas hipóteses de passar de Itália para França. Optámos pelo desconhecido: o túnel de Frejus (com os seus 12,5 km de comprimento e €35,10 de portagem) e, depois, a Route Napoléon (N85), atravessando os Alpes. Da espeleologia ao alpinismo, portanto!
A estrada Napoleão é muito concorrida (ao próprio, vimo-lo em várias facetas: acampamento, hotel, bistrot, pizzaria e até estátua reluzente a cavalo), talvez por ter uma paisagem tão bonita, atravessando vilas de montanha, seguindo ao longo de rios e lagos, num constante sobe e desce, proporcionando uma agradável viagem. A paragem em La Mure (nas pegadas de Luís XIII e de Richelieu em campanha para Itália) deveu-se à necessidade de descansar, antes de retomar o caminho em direcção à Provença.
Em terras gaulesas recuperámos a possibilidade de actualizar o blog pois, segundo uma autóctone, temos "oui-fi" no hotel. Um a zero, Sarkozy ganha a Berlusconi.
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Uma cidade com consciência literária


Dia 32
26 de Agosto de 2010
Este périplo danubiano não ficaria completo sem uma passagem por Trieste, terra natal de Claudio Magris, o autor de Danúbio, livro de certa forma inspirador da nossa viagem.
Cidade aberta ao Adriático, Trieste tem uma longa história (mais uma vez Veneza, o Império Austro-Húngaro, a Alemanha, a Itália, Tito, etc...) que é muito visível na sua arquitectura. Mas há um pormenor que enforma a sua identidade e que é apresentado com grande orgulho: o seu papel na literatura. Aqui viveram James Joyce (por duas vezes) e Italo Svevo, entre outros, sendo ainda a cidade onde nasceu Susanna Tamaro.
Consta que Joyce terá dito que a sua alma estava em Trieste. Mesmo que não seja verdade, é interessante como algumas cidades constroem a sua imagem à custa de escritores ou artistas. De realçar ainda que Dublin, outra cidade literária por excelência, também se sente herdeira de Joyce e do seu Ulisses e, à semelhança de Trieste, criou percursos para melhor conhecer os locais frequentados pelo escritor.
Devido a uma lei para prevenir o terrorismo, é difícil ter wireless em Itália. Donde, enquanto não nos fartámos dos deliciosos gelados italianos, não pudemos actualizar o blog.
Para afogar a mágoa que sabíamos estar a provocar nos nossos fiéis seguidores, fomos experimentar um tocai italiano (na região de Udine produz-se este vinho desde 1771, bem diferente do tokaji húngaro, que é um vinho doce de sobremesa), bem fresquinho e frutado, que era maravilhoso.
Metidas num buraco

Ambas as visitas demoram cerca de 90 minutos e convém levar agasalhos pois a temperatura chega aos 8ºC. Em Postojna, os mais desprevenidos podem alugar uma espécie de capote alentejano por €3.
Estas aventuras não puderam ser narradas anteriormente por razões técnicas a serem desvendadas em próximos posts.
Espeleotemas em gruta cárstica


terça-feira, 24 de agosto de 2010
Nada como o ar puro da montanha para abrir o apetite

Gulodices lacustres

A Eslovénia é mesmo uma caixinha de surpresas. Verdade seja dita que o segredo está bem guardado, em parte, devido à sinalização rodoviária numa intrincada rede de estradas amarelas que, na melhor das hipóteses, indicam o caminho para a terra seguinte (que nem sempre vem no mapa).
Acresce a existência de um bolo, criado em 1953 por um mestre pasteleiro de um hotel à beira do lago e que é muito muito guloso...
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Capital Mundial do Livro 2010

In slovensko vino veritas

23 de Agosto de 2010
Com este excelente ambiente, não podíamos deixar de aproveitar para fazer uma prova de vinhos eslovenos, devidamente acompanhados por um prato de presunto e de queijos (tudo produto nacional), numa calma esplanada, com boa música de fundo.
Ficámo-nos pelos Brancos, devido ao calor e por uma questão de respeito pelos bons costumes (deles, claro) e de preservação dos nomes de família (nossos, claro). Da prova, recomendamos vivamente o Renski rizling, curin, 2007, meio-seco. Para dar um ar respeitável, pusemo-nos a actualizar este blog.
Um dia perfeito

domingo, 22 de agosto de 2010
Relaxando em Liubliana

Pequenino mas perfeitinho

Casal feno...menal
Hungria em estado zen

sexta-feira, 20 de agosto de 2010
Feitas paxás a ver folclore húngaro


Dia 26 (II)
20 de Agosto de 2010
Pécs é uma cidade que parece lidar bem com as marcas do seu forte passado otomano. A mesquita do Paxá Gazi Kasim (séc. XVI) tornou-se numa igreja paroquial, mantendo o edifício original (a que se acrescentaram umas alas laterais) e colocando uma cruz sobre o crescente, em vez da habitual destruição para dar lugar a um outro edifício adequado ao novo culto dominante. Outra mesquita foi também convertida em igreja católica mas o seu minarete ficou intacto.
Para mais, tem uma agradável ambiência mediterrânica, com belas praças (a principal é quase um anfiteatro, de formato rectangular, dada a sua inclinação), rodeadas de edifícios do império e de arte nova em cores quentes.
Há uma lindíssima rua de museus e um mausoléu paleocristão do séc. IV que é Património da Humanidade. Devido ao feriado, as ruas estavam pejadas de húngaros de todas as idades. Palcos espalhados pelas praças davam animação q.b. (incluindo danças folclóricas) e barraquinhas dos produtores de vinhos garantiam que aquela não esmorecia.
Mas há uma diferença substancial relativamente aos "verdadeiros" mediterrânicos: o convívio faz-se em surdina e com a maior das calmas. Sente-se a ausência do ruído de fundo a que estamos habituadas nestas ocasiões.
A ver a banda passar

Claro que nada desta beleza se compara com a descrição da Hungria no verso da capa do guia que trouxemos. Se a tivéssemos lido antes de vir, teríamos passado por outros países só para evitar o espaço-charneira entre as diversas realidades étnicas, religiosas e linguísticas do palimpsesto danubiano, a Hungria é um país que pela exposição prolongada ao escarvar dos cavalos de sucessivas hordas invasoras, no seu vaivém simultaneamente destruidor e civilizador, ganhou uma forte consciência da sua identidade. Ou convidado este exímio escritor de incunábulos para colaborador deste blog.
Um olho no burro e o outro... na Roménia

quarta-feira, 18 de agosto de 2010
Almoçar em Brasov, em Kronstadt e em Brassó

terça-feira, 17 de agosto de 2010
Em busca de Malacovia

Pescadores russos do Delta


Nos braços do Delta


segunda-feira, 16 de agosto de 2010
3 semanas e 6000 km depois...

16 de Agosto de 2010
Chegámos!
Cerca de 6000 km depois, estamos em Tulcea, a menos de 40 km do Mar Negro. À nossa frente, o Delta do Danúbio, reserva da biosfera, Património da Humanidade, habitat de íbis-preto, pelicanos-brancos e pelicanos frisados, entre as cerca de 3450 espécies animais. Já para não falar das 1700 espécies vegetais.
Amanhã, vamos dar uma volta pelo Delta, a bordo de uma lancha rápida (esperamos!). O calor é sufocante, pelo que marcámos o passeio para as 07h30. Agora vamos à procura da bicheza do Danúbio, mas no prato, em formato de sopa de peixe.Ciganos que lêem o Corão
