segunda-feira, 30 de agosto de 2010

À grande e à francesa... até no cheiro!


Dia 36
30 de Agosto de 2010

Com tantas e tão veementes sugestões, não poderíamos deixar de fazer o desvio para ir fazer o viaduto de Millau, cujo arquitecto foi o inglês Norman Foster. Dir-se-ia que qualquer desculpa é boa para continuar em viagem. A do viaduto é uma grande desculpa: uma extraordinária obra de engenharia, com 343m na parte mais alta e com uma vista deslumbrante sobre o vale do Tarn, onde se encontra a simpática cidade de Millau.

Mas convém não fazer só o viaduto pois, visto de baixo, a percepção da sua impressionante altura é ainda maior. Acresce que, a cerca de 20 km de Millau, se encontra uma pequena aldeia que dá pelo nome de Roquefort, onde se produz o famoso queijo homónimo. Recomenda-se uma visita guiada às caves, devidamente seguida de degustação deste pequeno milagre da podridão da lactose ovina.

Curiosamente, a particularidade que faz desta terra o berço do Roquefort é ter um subsolo tipo queijo suíço: falhas naturais na rocha permitem a circulação do ar, mantendo a temperatura entre os 6º C e os 12º C e a humidade entre 90% e 95%. Os queijos são envolvidos em folhas de alumínio, entre 5 e 11 meses, para estabilizar a proliferação de penicilium roqueforti. Cheiram mal mas são deliciosos.

Por hoje, a descida para sul vai terminar em Narbonne, uma cidade com muito para revelar, apesar de chegarmos com um dia de atraso ao Festival Charles Trenet (que aqui nasceu em 1913), autor de Douce France que se tornou um hino da resistência aos nazis.

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