sábado, 29 de setembro de 2012

A visita de um grande Aléxandros

Marquem já na agenda: 13 de Outubro, às 11h30, o nosso amigo Aléxandros, de 7 anos, vem falar sobre a Grécia, em particular sobre o que mais gosta neste país (cidades, comida, monumentos e livros). Tendo dupla nacionalidade (portuguesa e grega), Aléxandros é um especialista na matéria e vai ensinar as meninas e os meninos que vierem a escrever o seu nome em grego, para além de outras palavras.


Vai ser uma bela viagem pelos olhos deste grande Aléxandros.

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Diásporas judaicas



Um livro leva a outros livros e assim sucessivamente.
O recente lançamento de "Dois Rios", de Tatiana Salem Levy (ediado pela Tina-da-China), levou(-nos) a recordar um outro romance desta autora brasileira (nascida em Lisboa, em 1979): "A Chave de Casa", sobre uma família de judeus (de Esmirna, depois de terem sido exulsos de Portugal pela Inquisição).
Deste livro, saltámos para "Lejos de Toledo", de Angel Wagenstein (edição em castelhano, pelos Libros del Asteroide).
Através dos olhos de Albert Cohen, búlgaro exilado em Israel, Angel Wagenstein ressuscita o mundo da sua infância em Plóvdiv, uma das cidades mais bonitas e cosmopolitas dos Balcãs. Cohen regressa por uns días à Bulgária para um congresso e o reencontro com a sua cidade natal e com as suas gentes, que não vê há anos, fá-lo recordar um mundo desaparecido. A recordação mais intensa é a do seu avô - efabulador genial e testemunho do fim de uma época - cuja evocação lhe permitirá reviver alguns dos episódios mais importantes da sua infância.
Para terminar, "Jewish Journeys", de Jeremy Leigh, onde o autor juntou a sua bela colecção de "literatura de viagem" judaica, partindo de fontes bíblicas, crónicas de viagem, biografias e reflexões literárias contemporâneas. E, para mais, é uma edição lindíssima (da Armchair Traveller).

sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Lisboa cidade eterna

"(...) Estendi-lhe um maço de fotografias. Algumas polaróides, outras a preto e branco. Balcões das tascas das ginjas, esquinas das ruas por onde passávamos, o Terreiro do Paço ao cair da tarde, visto de vários ângulos, o Cais das Colunas, os Passos Perdidos às primeiras horas do dia. Portas de igrejas, abertas e fechadas. Esboços de um projecto que não amadurecera. Mensagem 'sem código', como lhes chamaria Barthes, não - e neste caso - por serem fotografias, mas porque lhes faltava ainda, em conjunto ou isoladas, o peso, o poder, a plenitude do real.
O meu ponto de partida tinha a ver com fronteiras. Daí as linhas definidas pelos balcões das tascas, pelas portas das igrejas, pelas esquinas, pelo cais: fronteiras entre mundos. Mas eu ainda não encontrara a síntese, a coerência de um olhar abrangente que as ligasse, uma a uma, em história legível. (...)"

Ou ainda

"(...) Teve poucos amantes, mas escolheu-os a dedo. Graças a eles, resgatou a hipoteca do prédio da Praça da Figueira, e restaurou o edifício, que precisava de obras. Nos dois primeiros andares abriu um Hotel Residencial, e chamou-lhe 'Estrela da Manhã' porque os projectos da sua nova vida lhe apareceram, de madrugada, depois de uma infindável noite de insónia, a olhar para Vénus, a única estrela que é planeta. (...) Nessa altura, Maria do Amparo pintou o cabelo de louro, mudou de nome e passou a chamar-se Brigite. (...)"

Há livros que nos recordam o quanto esta cidade merece ser amada e o privilégio que é dela podermos  usufruir: Jardins Secretos de Lisboa, de Manuela Gonzaga (Âncora Editora).


quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Lisboas, roteiro sentimental



Para celebrar Lisboa, aqui fica um excerto de "O Tronco", de Armando Silva Carvalho (o poema está publicado no livro "Lisboa, roteiro sentimental", da Quetzal).

"(...) O dia era soberbo, dezasseis de Junho,
Lisboa dava à luz visões phantásticas.
À Ribeira, ao caes, à praia do Restelo,
vinham bater as ondas de rumores longínquos:
maços de cartas, contratos coloniaes,
rapinas, assédios demorados,
mortes, vagaturas e pardaus.
A fortuna corria no céu como as nuvens de Rubens,
entre festas tangidas Marte assoviava
aos marinheiros audazes
e Vénus demorava os braços nas soberbas varandas
do Rossio. (...)"

Para além de poeta, Armando Silva Carvalho é tradutor do japonês Yasunari Kawabata, Prémio Nobel da Literatura em 1968 (o primeiro para um escritor deste país), de cuja obra destacamos "Terra de Neve" e "Kyoto".

Viaja-se bem melhor num mundo em paz



No dia 21 de Setembro assinala-se o Dia Internacional da Paz.

O espanhol Miguel de Unamuno dizia que a xenofobia se cura viajando.

A Palavra de Viajante, em parceria com a organização Servas Portugal (Servas é um movimento laico, criado no rescaldo da 2ª Guerra Mundial, e que muito tem ajudado os viajantes e contribuído para um mundo melhor), vai ter diversas actividades a marcar a data:

18h - Tertúlia "Viajando promovemos a paz", com
Alexandra Alves Luís - Servas Portugal
Cândida Pinto - Jornalista
Carolina Alves - Eu e os Meus Irmãos
Elisa Rafael - Servas Portugal
Filipe Morato Gomes, Luísa Pinto e Pitikim - Alma de Viajante e Diário da Pitikim
João Vicente - Olhando pelo Mundo
Luís Simões - World Sketching Tour

19h45 - Jantar "Entre os Templos de Bagan"
Ementa inspirada na gastronomia de Myanmar (antiga Birmânia)
10€ (bebidas não incluídas)
Só com marcação prévia (até às 19h do dia 20/09)

21h - Exibição do Filme "Lady - Um Coração Dividido", de Luc Besson (2001), sobre a vida de Aung San Suu Kyi e do seu marido.
Entrada livre, mas condicionada pela lotação do espaço.
http://www.trailers.com.pt/the-lady/

Para saber mais sobre Servas Portugal:
http://www.facebook.com/ServasPortugal

sábado, 8 de setembro de 2012

Um impostor em Lisboa




Não sendo o romance mais conhecido de Thomas Mann, "As Confissões de Félix Krull. Cavalheiro de Indústria" (escrito em 1954) mostra uma faceta mais humorística deste autor alemão, nascido em Lubeque, em 1875, e falecido na Suíça, em 1955. Krull é um amável e criativo impostor, de quem é impossível não gostar.
Dado que parte do romance tem lugar em Lisboa, e que estamos a dar particular atenção à nossa lindíssima cidade durante mais uma semana, o livro está em destaque na livraria.
Quanto à restante obra de Mann, destacam-se “A Montanha Mágica”, um romance de ideias na tradição centro-europeia, a que se seguiu a tetralogia de “José e os Seus Irmãos”, e o “Doutor Fausto”.
Em 1929, a concessão do prémio Nobel da Literatura alargou a influência de um autor que desde 1922 se afirmava como intransigente defensor da República de Weimar. Adversário do nazismo, abandonou a Alemanha em 1933, num exílio voluntário que lhe permitiu continuar a denúncia do regime de Hitler. Em 1944, torna-se cidadão norte-americano.