quinta-feira, 18 de outubro de 2012

"Austerlitz", de W. G. Sebald


Há autores que têm de esperar por nós, esperar que nós cresçamos e atinjamos a maturidade suficiente para os podermos ler e entender como eles merecem. Se não tivermos a oportunidade, resta-nos desejar, como Nick Horny, que, quando chegarmos ao céu, possamos ser julgados pelos livros que comprámos e não pelos que lemos.
W. G. Sebald é um desses autores. Nascido Winfried Georg Maximilian Sebald, na Baviera, em 1944, morreu perto de Norwich, em 2001, num acidente de viação.
Da sua algo curta obra, aproveitamos para destacar "Austerlitz". Não por ser melhor do que os restantes, mas por ter sido editado recentemente pela Quetzal, numa altura em que a edição da Teorema já andava algo desaparecida das livrarias.
Livro enigmático, "Austerlitz" é sobretudo um exercício de memória, uma poderosa e longa reflexão sobre história e arquitectura, em particular a medieval e as antigas estações de comboios. Este livro, que se vai revelando aos poucos e a que temos de dar tempo de nos conquistar, acaba também por ser a história da Europa, através de uma insólita amizade entre Austerlitz e um escritor, que vai durar décadas.
A europa a olhar para o seu passado pode ser um exercício muito útil nos dias que correm.
Sobre Sebald fica aqui um link para um texto de Teju Cole, colaborador da The New Yorker e escritor que merece vir a ser conhecido em Portugal. Dele, aqui na livraria, temos "Open City", sobre um jovem médico nigeriano que vagueia pelas ruas de Manhattan.

http://www.newyorker.com/online/blogs/books/2012/07/a-visit-to-w-g-sebalds-grave.html

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