Uma semanita de pausa, mas voltamos já já

Palavra de Viajante vai estar ausente entre amanhã, dia 30 de Dezembro, e o dia 5 de Janeiro. Voltamos a 6, aproveitando a boleia dos Reis. Em destaque: destinos de neve. E, por causa do frio, chocolate quente com uma gota de rum. Até dia 6 e Bom Ano!

Seguindo os passos de Stevenson

Para além de romancista, Robert Louis Stevenson foi jornalista, poeta e escritor de viagens. O seu primeiro livro de monta foi a descrição da sua viagem em canoa entre Antuérpia e o norte de França. Em 1879, publicaria "Travels with a Donkey in the Cévennes", um clássico da literatura viagens, onde descreve o percurso de mais de 200 km que fez, com o seu burro Modestine, pela França rural.

Na Palavra de Viajante, temos uma selecção de textos de viagens, compilados por June Skinner Sawyers - e que inclui títulos como "A Winter's Walk in Carrick and Galloway" (sobre a Escócia) ou mesmo excertos de "Travels with a Donkey..." - publicada sob o título "Dreams of Elsewhere", e também um guia sobre o caminho percorrido por Stevenson no lombo do Modestine, uma excelente sugestão para 15 dias de férias entre Le Puy e St-Jean-du-Gard.

Rendidos a "O Museu da Rendição Incondicional"

A edição desta semana da Time Out é dedicada ao Melhor de 2011. No 1º lugar do Top5 dos livros editados este ano, surge "O Museu da Rendição Incondicional", de Dubravka Ugresic, editado em Portugal pela Cavalo de Ferro. Nascida na Ex-Jugoslávia, hoje Croácia, em 1949, Ugresic foi ostracizada ao ponto de ter de sair do seu país, devido às suas opiniões anti-nacionalistas e, consequentemente, anti-guerra. Romancista, contista, académica, Dubravka Ugresic, que vive actualmente em Amesterdão, tem recebido diversos prémios literários. Os seus livros estão traduzidos em mais de 20 línguas, sendo a autora considerada um dos nomes mais importantes da literatura contemporânea. O ponto de partida do livro destacado pela Time Out são os diversos objectos encontrados no estômago de Roland, a morsa do zoo de Berlim, aquando da sua morte a 21 de Agosto de 1961 (curiosamente, poucos dias após o início da construção do muro de Berlim): um isqueiro cor-de-rosa, quatro paus de gelados (de madeira), uma pistola de água de plástico de criança, óculos de sol, quatro pregos (grandes), uma lata de cerveja, uma caixa de fósforos, uma bússola, entre muitos outros. A literatura dos balcãs tem um lugar especial na Palavra de Viajante. Região conturbada, sem dúvida, mas tão fascinante e bela.

Henry Miller deixa-se seduzir pela Grécia

Henry Miller considerava "O Colosso de Maroussi" o seu melhor livro.
Seduzido pelas descrições da Grécia, Miller parte com o seu amigo Lawrence Durrell à descoberta do interior daquele país. Entre dias ao relento na praia, atropelados por rebanhos de ovelhas, noites em pensões decadentes, mas carregadas de história, em aldeias com um único forno para toda a população, e peregrinações à Acrópole de Atenas, Miller descobriu na Grécia o sentido da civilização: "Eu tinha caminhado com os olhos vendados, em passos cambaleantes, hesitantes; era orgulhoso, arrogante, satisfeito com a vida falsa e limitada de homem da cidade; a luz da Grécia abriu‑me os olhos, penetrou os meus poros, fez todo o meu corpo dilatar‑se. Descobri a minha pátria."
O original foi publicado em 1941, em plena II Guerra Mundial, um período particularmente ingrato na história do país. Mas hoje, a Grécia atravessa de novo tempos difíceis. O berço da democracia por vezes embala perigosamente.
O livro é a mais recente publicação da Tinta-da-China no âmbito da colecção coordenada por Carlos Vaz Marques.

The Road to Oxiana

Em 1933 e 1934, Robert Byron, jornalista inglês do Daily Express, viajou durante 10 meses pela Pérsia e pelo Afeganistão. Em 1937, publicou os seus diários de viagem num livro, "The Road to Oxiana", considerado a sua obra-prima. Um dos maiores contributos do autor para a literatura de viagens reside na riqueza dos comentários sobre a beleza da arquitectura e da arte locais, e nas relações que estabelece entre o passado e as culturas contemporâneas.
Sendo o Afeganistão um dos países mais admirados pelos viajantes, pela beleza paisagística, pela cultura e pelas suas gentes, é lamentável que seja hoje uma região tão pouco acessível. Leia-se, como complemento, "Caderno Afegão", de Alexandra Lucas Coelho, ou "Afghanistan. A Companion and Guide", de Bijan Omrani e Matthew Leeming, obra completíssima sobre o país, que inclui a sua História - de Alexandre, o Grande, a Hamid Karzai -, excertos de Heródoto, um suplemento sobre a vida selvagem e muita informação prática.

Nova Iorque em destaque

Nova Iorque, mesmo para quem nunca lá foi, é uma cidade familiar, graças ao cinema.

Na Palavra de Viajante, o mês de Dezembro é dedicado a Nova Iorque. Para além dos livros (de Paul Auster a guias, das fotos de Christopher Bliss a Brendan Behan), teremos refeições inspiradas nesta tão excitante cidade: hamburgers, claro, mas também ovos Benedict, puré de abóbora e outras iguarias.

Uma odisseia vinícola

"Tour du monde épicurien des vins insolites", de Ricardo Uztarroz e Claude Gilois, é o relato de uma odisseia, da Tailândia a Cuba, da Patagónia ao Japão, realizada por dois amigos sexagenários, que percorrem o mundo em busca de vinhas inverosímeis.
Grandes amantes de vinho, mas também de charutos e de gastronomia fina, os autores apresentam-nos, para lá duma mera exposição das suas viagens, uma verdadeira filosofia de vida.
A obra ganhou o Prix de l'Enotouriste 2010, e está em destaque na Palavra de Viajante.

Campanha de Natal para a Casa do Gil

Era uma vez... um viajante que tinha um amigo chamado Gil. O Gil gostava muito de ler e o viajante trazia-lhe sempre um livro de todos os países que visitava...
Estamos a convidar os nossos clientes a doar livros infantis à Casa do Gil. Deixe-os connosco que tratamos de os entregar.