sábado, 16 de abril de 2011

Hoje não se fala de francesinhas (talvez amanhã)

O Intercidades chegou a horas, o Porto estava com um céu azul lindo, o rio convidava a um belo passeio, mas havia que rumar a Matosinhos. Hoje foi o primeiro dia do LeV e, na 2ª mesa do dia, subordinada ao tema Encontro-me a mim próprio viajando, havia duas presenças de peso. Antes de chegar ao destino final, Bloom, a personagem do mais recente livro de Gonçalo M. Tavares, Uma Viagem à Índia, faz escala em Londres e em Paris. Para Bloom, a viagem não é uma mera linha recta a unir dois pontos da forma mais breve possível. Há aqui, ainda, um conceito clássico de viagem que, segundo o autor, talvez tenhamos perdido pois, conforme disse, hoje, quando falamos de viagem, falamos do destino; eliminámos o percurso. Um livro belíssimo, inteligente, luminoso, pleno de referências literárias, sobre o qual se pode saber mais em: http://goncalomtavares.blogspot.com/2010/11/uma-viagem-india-no-brasil-angola-e.html Gonçalo M. referiu ainda que viajar aumenta a lucidez. Já José Luís Peixoto referiu uma peça de Tennessee Williams em que se diz que as maiores viagens não são no espaço mas sim no tempo. Donde, vir a Matosinhos é uma viagem enorme pois aqui voltamos a ser "meninas". Uma delicadeza suprema das gentes do Norte!

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