20 de Agosto de 2010
A paragem em Szeged para pernoitar acabou por valer a pena para além do muito necessário descanso. Por um lado, apanhámos com o 10 de Junho cá do sítio, pelo que a cidade estava animada logo de manhã com bandas filarmónicas e muita gente a passear; por outro, descobrimos uma belíssima sinagoga (construída entre 1900 e 1903) em estilo arte nova-mourisco. A expressão é estranha, é um facto, agravado ainda por outros pormenores arquitectónicos barrocos, bizantinos, góticos e românicos mas, o todo resulta particularmente harmonioso. É, sem dúvida, a mais bela sinagoga que vimos nesta viagem.
Claro que nada desta beleza se compara com a descrição da Hungria no verso da capa do guia que trouxemos. Se a tivéssemos lido antes de vir, teríamos passado por outros países só para evitar o espaço-charneira entre as diversas realidades étnicas, religiosas e linguísticas do palimpsesto danubiano, a Hungria é um país que pela exposição prolongada ao escarvar dos cavalos de sucessivas hordas invasoras, no seu vaivém simultaneamente destruidor e civilizador, ganhou uma forte consciência da sua identidade. Ou convidado este exímio escritor de incunábulos para colaborador deste blog.
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