sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Uma cidade com consciência literária













Dia 32

26 de Agosto de 2010

Este périplo danubiano não ficaria completo sem uma passagem por Trieste, terra natal de Claudio Magris, o autor de Danúbio, livro de certa forma inspirador da nossa viagem.

Cidade aberta ao Adriático, Trieste tem uma longa história (mais uma vez Veneza, o Império Austro-Húngaro, a Alemanha, a Itália, Tito, etc...) que é muito visível na sua arquitectura. Mas há um pormenor que enforma a sua identidade e que é apresentado com grande orgulho: o seu papel na literatura. Aqui viveram James Joyce (por duas vezes) e Italo Svevo, entre outros, sendo ainda a cidade onde nasceu Susanna Tamaro.

Consta que Joyce terá dito que a sua alma estava em Trieste. Mesmo que não seja verdade, é interessante como algumas cidades constroem a sua imagem à custa de escritores ou artistas. De realçar ainda que Dublin, outra cidade literária por excelência, também se sente herdeira de Joyce e do seu Ulisses e, à semelhança de Trieste, criou percursos para melhor conhecer os locais frequentados pelo escritor.

Devido a uma lei para prevenir o terrorismo, é difícil ter wireless em Itália. Donde, enquanto não nos fartámos dos deliciosos gelados italianos, não pudemos actualizar o blog.

Para afogar a mágoa que sabíamos estar a provocar nos nossos fiéis seguidores, fomos experimentar um tocai italiano (na região de Udine produz-se este vinho desde 1771, bem diferente do tokaji húngaro, que é um vinho doce de sobremesa), bem fresquinho e frutado, que era maravilhoso.

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