Dia 32
26 de Agosto de 2010
Este périplo danubiano não ficaria completo sem uma passagem por Trieste, terra natal de Claudio Magris, o autor de Danúbio, livro de certa forma inspirador da nossa viagem.
Cidade aberta ao Adriático, Trieste tem uma longa história (mais uma vez Veneza, o Império Austro-Húngaro, a Alemanha, a Itália, Tito, etc...) que é muito visível na sua arquitectura. Mas há um pormenor que enforma a sua identidade e que é apresentado com grande orgulho: o seu papel na literatura. Aqui viveram James Joyce (por duas vezes) e Italo Svevo, entre outros, sendo ainda a cidade onde nasceu Susanna Tamaro.
Consta que Joyce terá dito que a sua alma estava em Trieste. Mesmo que não seja verdade, é interessante como algumas cidades constroem a sua imagem à custa de escritores ou artistas. De realçar ainda que Dublin, outra cidade literária por excelência, também se sente herdeira de Joyce e do seu Ulisses e, à semelhança de Trieste, criou percursos para melhor conhecer os locais frequentados pelo escritor.
Devido a uma lei para prevenir o terrorismo, é difícil ter wireless em Itália. Donde, enquanto não nos fartámos dos deliciosos gelados italianos, não pudemos actualizar o blog.
Para afogar a mágoa que sabíamos estar a provocar nos nossos fiéis seguidores, fomos experimentar um tocai italiano (na região de Udine produz-se este vinho desde 1771, bem diferente do tokaji húngaro, que é um vinho doce de sobremesa), bem fresquinho e frutado, que era maravilhoso.
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