Uns - como Pierre Loti, Joseph Conrad, Victor Segalen ou Nicolas Bouvier - partem para o fim do mundo para perseguir os seus sonhos, nascidos das suas leituras de infância; outros - Rudyard Kipling, Jack London, Joseph Kessel ou Bruce Chatwin - fazem-se ao caminho para encontrar temas para as suas obras. E há aqueles que, como Robert Louis Stevenson, não viajam para ir a algum sítio, viajam apenas pelo prazer da viagem.
Bouvier, por exemplo, a quem o Japão tanto acalmou, fez a pé os 140 km que separam Nagoya de Kyoto, fotografando camponeses e arrozais. "Levantar, partir, andar. Deus faz o resto."
Wilfred Thesiger, outro grande viajante, percorreu, ao longo de 45 anos, as últimas terras virgens da Arábia, de África e da Ásia, sempre acompanhado por guias locais.
Pierre Loti tinha um imenso fascínio pelo mar; Alexandra David-Néel - de quem se diz que tinha muito mau feitio - sentia uma enorme atracção pela Ásia e foi a primeira mulher ocidental a entrar em Lhassa; Victor Segalen chega à Ásia em 1909 e nem imaginava que este continente o iria absorver durante 5 anos. Histórias de vidas intensas.
Felizmente para nós, estes e outros viajantes colocaram no papel os relatos das suas viagens ou o resultado das suas reflexões.
Felizmente para nós, a editora francesa Arthaud publicou um livro belíssimo - "Écrivains Voyageurs, ces vagabondes qui disent le monde", de Laurent Maréchaux - onde se faz a devida resenha destas vidas. Contém fotografias, ilustrações, mapas e reproduções de capas de alguns dos livros que tornaram estes escritores famosos.