"(...) Estendi-lhe um maço de fotografias. Algumas polaróides, outras a preto e branco. Balcões das tascas das ginjas, esquinas das ruas por onde passávamos, o Terreiro do Paço ao cair da tarde, visto de vários ângulos, o Cais das Colunas, os Passos Perdidos às primeiras horas do dia. Portas de igrejas, abertas e fechadas. Esboços de um projecto que não amadurecera. Mensagem 'sem código', como lhes chamaria Barthes, não - e neste caso - por serem fotografias, mas porque lhes faltava ainda, em conjunto ou isoladas, o peso, o poder, a plenitude do real.
O meu ponto de partida tinha a ver com fronteiras. Daí as linhas definidas pelos balcões das tascas, pelas portas das igrejas, pelas esquinas, pelo cais: fronteiras entre mundos. Mas eu ainda não encontrara a síntese, a coerência de um olhar abrangente que as ligasse, uma a uma, em história legível. (...)"
Ou ainda
"(...) Teve poucos amantes, mas escolheu-os a dedo. Graças a eles, resgatou a hipoteca do prédio da Praça da Figueira, e restaurou o edifício, que precisava de obras. Nos dois primeiros andares abriu um Hotel Residencial, e chamou-lhe 'Estrela da Manhã' porque os projectos da sua nova vida lhe apareceram, de madrugada, depois de uma infindável noite de insónia, a olhar para Vénus, a única estrela que é planeta. (...) Nessa altura, Maria do Amparo pintou o cabelo de louro, mudou de nome e passou a chamar-se Brigite. (...)"
Há livros que nos recordam o quanto esta cidade merece ser amada e o privilégio que é dela podermos usufruir: Jardins Secretos de Lisboa, de Manuela Gonzaga (Âncora Editora).
O meu ponto de partida tinha a ver com fronteiras. Daí as linhas definidas pelos balcões das tascas, pelas portas das igrejas, pelas esquinas, pelo cais: fronteiras entre mundos. Mas eu ainda não encontrara a síntese, a coerência de um olhar abrangente que as ligasse, uma a uma, em história legível. (...)"
Ou ainda
"(...) Teve poucos amantes, mas escolheu-os a dedo. Graças a eles, resgatou a hipoteca do prédio da Praça da Figueira, e restaurou o edifício, que precisava de obras. Nos dois primeiros andares abriu um Hotel Residencial, e chamou-lhe 'Estrela da Manhã' porque os projectos da sua nova vida lhe apareceram, de madrugada, depois de uma infindável noite de insónia, a olhar para Vénus, a única estrela que é planeta. (...) Nessa altura, Maria do Amparo pintou o cabelo de louro, mudou de nome e passou a chamar-se Brigite. (...)"
Há livros que nos recordam o quanto esta cidade merece ser amada e o privilégio que é dela podermos usufruir: Jardins Secretos de Lisboa, de Manuela Gonzaga (Âncora Editora).
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